Já chegamos
no segundo semestre do ano e aquela dúvida já está começando a incomodar: qual
mega show assistir esse ano. A não ser
que você é beneficiado com um salário de uns dez mil reais, e tempo disponível
para dar um pulinho em terras cariocas e aproveitar umas duas datas do Rock in
Rio e já ver logo várias apresentações de uma vez. Ou ficar aqui em Sampa mesmo
e acompanhar até quatro datas do Festival São Paulo Trip, esticada roqueira do
Rock in Rio.
Agora, se
você é como nós e tá no maior perrengue e quer aproveitar parte desse momento
histórico, tem que admitir: está difícil escolher. The Who, Bon
Jovi, Deff Leppard, Guns n’ Roses, U2, Coldplay, Paul McCartney…
A crise
financeira que assola o país não está atingindo o entretenimento e esse setor
está aquecidíssimo. O U2, por exemplo, acabou de confirmar uma quarta data no
Estádio do Morumbi. Todos os ingressos estão esgotados. O Coldplay anunciou uma
segunda data no Allianz Park, após os ingressos do primeiro show esgotarem
rapidamente. Bruno Mars também vai tocar duas noites no Morumbi lotado.
Multidões
indo pra shows...mas você sempre vai? Conhece pessoas que sempre vão? Tudo está
tão elitizado que parece ser uma realidade um pouco distante.
O primeiro
grande show que fui foi da Legião Urbana, no Parque Antártica em 1990, para
aproximadamente 40 mil pessoas. Após meus 14 anos, quando eu já estava
trabalhando, ir a grandes shows se tornou um hábito. Daí em
diante, vi Guns n’ Roses, Michael Jackson, Bon Jovi, Aerosmith, Depeche Mode,
Robert Plant & Jimmy Page, Rolling Stones, U2, R.E.M., Radiohead...
“Você era
rico?”, você pode pensar. Lógico que não. Ir a um show era acessível, os preços
não eram estratosféricos como são hoje. Hoje pra ir a um evento desses é comum
pagar uns 800 reais por ingresso, ou muitas vezes acima de mil reais.
Comparado
com outros países da América Latina, o preço do ingresso no Brasil é caríssimo.
Alguns fãs preferem se deslocar para Buenos Aires pra ver um show de seu ídolo.
Às vezes a diferença pode variar por estado: há ingressos para o show de Paul
McCartney em Belo Horizonte pela metade do preço em comparação com Rio e São
Paulo.
O primeiro
show do U2 em São Paulo foi histórico. Platéias de 75 e 95 mil pessoas, respectivamente.
O preço do ingresso era R$50,00 (tenho o ingresso comigo). Apesar de me
considerar na época, o maior fã do Brasil (todos ali eram), sabia que não tinha
o pique de madrugar na fila e ficar na grade. Chegando lá, vi algo diferente:
Uma divisão pra uma galera ficar bem na frente. Quem tivesse chegado bem cedo
teria esse privilégio. Acho que de um jeito ou de outro, nascia ali a Pista
Premium, recurso que hoje cabe aos mais abastados para ficar colado dos seus
ídolos. Claro que coisa pra quem não se importa de desembolsar mais de mil
reais por entrada. Mais um recurso elitista de separar as plateias. Os ingressos
esgotam-se em poucas horas nos sites e nas bilheterias. Muitas vezes só podem
ser comprados exclusivamente com tal cartão de crédito.
Muitos são vendidos para outras empresas para revenderem em outros sites. Sei lá quantos milhares de entradas vão parar nas mãos de cambistas.
Muitos são vendidos para outras empresas para revenderem em outros sites. Sei lá quantos milhares de entradas vão parar nas mãos de cambistas.
Vamos dar
nosso jeito também. Arrumar carteirinha de estudante, comprar de cambista
quando o show já tiver começado...o que não pode é perder esses shows
históricos por causa de tanta pilantragem dessas vendas de ingressos.
Texto de:
Francisco O. Junior.
Tanto show bom pra ver e preços exorbitantes que impedem meros mortais de apreciar o que tanto ama... Pura verdade Juniores! Uma mega sacanagem com o rock e seus adeptos.
ResponderExcluir