Love
Já está mais
do que provado que as séries originais da Netflix têm um nível de qualidade,
originalidade e ousadia acima dos padrões e que conquistou público e crítica
com séries como House of Cards, Orange is the New Black e Stranger Things (sem
falar nos longa metragens, documentários, animes...). Após ter visto as
primeiras temporadas de Stranger Things e The Get Down( minha série favorita
feita pelo estúdio), fiquei na maior dúvida de qual seria a próxima serie que
iria devorar. Eu já tinha visto antes a indicação de Love no próprio menu mas
não tinha chamado aquela atenção, apesar de ter visto que era uma criação de
Judd Apatow, responsável por 90% das comédias feitas nos últimos 15 anos (O
Virgem de 40 anos,Ligeiramente Grávidos, Missão Madrinha de Casamento...). A
primeira foto que vi até me confundiu, pensei que era uma série teen. O título
também é muito abrangente: poderia ser algo bem profundo, há alguns anos
Michael Haneke tinha lançado um filme bem forte com esse título. Mas na
verdade, caberia melhor algo como Crazy, Stupid, Love, aquela comédia com Steve
Carrel , que aqui ficou como Amor à toda Prova:
como todo mundo pode ser patético ao se apaixonar.
Acompanhamos
de princípio separadamente, como as relações de Gus e Mickey está um caos: ele
é tão nerd e doce que a namorada não suportou. Ela banca a descolada e
moderninha, mas na verdade é carente e até esticaria a relação com o “amigo de
foda”, mas ele tem sido cada vez mais frustrante.
No final do
primeiro episódio, quando os dois opostos finalmente se encontram, fica difícil
não querer saber no que isso vai dar.
Mickey logo
apresenta Gus a Bertie, australiana fofa que acabou de chegar para morar/rachar
o aluguel com ela. Mickey trabalha numa estação de rádio, especialmente num
programa de um doutor que dá conselhos no ar, que está mais para retardado do
que para guru.
Gus dá aulas
particulares para Arya (Iris Apatow, filha de Judd e que já vimos no filme Bem
Vindo aos 40), uma atriz mirim muito mimada em pleno set de filmagem de uma
série de TV. É um ninguém naquele ambiente de egos inflados, mas ele não vai se
contentar com isso: vai até o fim provar que pode ser do ramo e tem ambições
artísticas. Pra isso vai encantar uma atriz secundária (a voluptuosa Heidi), enfrentar
os roteiristas invejosos e amansar a diretora durona.
Eu não
conhecia o elenco principal. Mickey é interpretada de forma tão deliciosa por
Gillian Jacobs que não consigo imaginar outra atriz nesse papel! Gus é vivido
por Paul Rust que, pelos créditos descobri que é também um dos criadores e
roteiristas da série. Cria, escreve, é feio, atua e pega todo mundo? Impossível
não se lembrar de Woody Allen...
Além da alta
qualidade de roteiro e atuações, Love
se destaca também pela qualidade técnica, pois é muito bem filmados e em vários
espaços, cenários ou locações diferentes (o que a torna mais convincente e difere
das maiorias das séries cômicas que ficam limitadas aos mesmos cenários – o
mesmo apartamento, o mesmo bar, o mesmo Café...).
A terceira
temporada de Love está prometida para 2018.
A série é bastante aclamada pela crítica, mas pouco
conhecida pelo público. E é uma grande decepção que séries bem ruins como
Black-ish, Unbreakable Kimmy Schimidt e Gracie & Frank têm sido indicadas
ao Globo de Ouro e ao Emmy, enquanto essa pérola continua despercebida.
Autor: Francisco O. Junior
Série ótima, ainda bem que a Netflix não cancelou essa pérola
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