Nossa Poesia Urbana de cada dia!

Título: Poemas Errados (dias intranquilos)

Autor: André Al. Braga

Gênero: Poesia Brasileira

Editora: All Print Editora.

Eu sei! Por essa vocês não esperavam não é mesmo? Livro de poesia no Geekmente!

- Pode isso, Arnaldo?

Não só pode como deve! Aliás, para aqueles que ainda não sabem, toda segunda-feira haverá um post aqui no Geekmente sobre Literatura. Pretendo alternar entre livros e Hq's (devido a diversidade de idades dos frequentadores do Blog).

Assim, quero começar 2018 com este livro em especial.

E agora, José? Como começo?

Poesia faz parte da vida (pelo menos deveria fazer!). A linguagem poética faz parte de tudo aquilo que admiramos - música, cinema, literatura, etc.

Sendo assim, entendo que deveríamos ser mais atento com a poesia em si.

É... Eu também já tentei ler Pablo Neruda... Não fui muito feliz... O que já me coloca entre os meros mortais!

Porém, me encanto com Fernando Pessoa, Luís de Camões, Carlos Drummond de Andrade...

A grande "pegada" da poesia é que ela, além de traduzir a ótica e/ou alma do seu autor, ela decifra muito sobre a nossa também!

Aquele sentimento  ou sensações que sempre tivemos mas nunca conseguimos expressar, está ali! Pois é! "O poeta é a pimenta do Planeta"!

Mas agora, deixe-me falar sobre este livro em específico:

Hora achava a poesia simplista, hora via poesias arrojadas, desafiadoras.

E pensei: - Qual é desse livro? Pra onde ele quer me levar?

Quando li "vendo-me" e "PetShop S/A" percebi! 

Trata-se de uma poesia completamente urbana! Uma linguagem coloquial e poética para falar sobre os dramas, mazelas e contradições da vida!

As dicas estavam todas lá! Não era nenhum segredo! Mas como já disse, as vezes sou meio lento pra "pegar a ideia"... No entanto, depois de absorve-la, foi só correr pro abraço!

A acidez com que observações cotidianas eram expostas me cativaram. A ironia da vida, dos temas, da linguagem...

Admiro a ousadia. Boa ou ruim. (quando boa, melhor)

Vejo ousadia nos versos. Vejo um convite claro, quase divino! Dizendo: - Escreva!

Mas o medo, sorrateiro vem e sussurra: - Escrever? Você? Você não escreve bem!

Então leio a próxima poesia e penso: - Essa não é tão boa!

E a ousadia dessa vez grita: - Escreva!

O medo nada bobo, trás seu amigo - a preguiça: - Escrever pra que? Relaxa... Deixa isso pra lá...

Quando me vejo vencido pelo medo e juntamente com a preguiça, a ousadia desbrava: - Então leia, porra!

Foi assim, entre a ousadia, o medo e a preguiça que devorei este livro!

As vezes me pego recitando versos, as vezes releio os meus favoritos:

33

Segura prego

Bate martelo

Perfura madeira

Crava mão

Jorra sangue, lava 

Lava alma da nação

Salvador de corpo entregue

Dependurado com o ladrão

Vem protetor, perfura o peito com lança

Acerta o coração

Coração que pára

Para desespero do rei

Ressurge dias depois

Eternizando em almas lavadas e carentes

Carentes do mito Rei

Crucificado em vão

Pegaram Jesus para cristo!

...

Falei sobre ousadia, não falei?

O mundo da poesia é vasto.

Há os românticos, os sonhadores, os desalentos, os urbanos e claro, os que transitam entre todos esses aspectos desse mundo.

André Braga já está no seu 2º livro - Ele venceu a preguiça e o medo.

Faça seus comentários, deixem suas dicas poéticas, façam suas críticas.

O próprio autor não as teme - ao contrário, o impulsionam!

Quem sabe também venço a preguiça e o medo e escrevo sobre o segundo e os grandes clássicos...

Para fechar com as palavras do mestre em questão, deixo outro poema:

Versos Livres 

Verse livre (preso a liberdade)

Leve as palavras para passear ao sol

Pare para ver o mar sem som

Seja por ser, tudo morre mesmo

Reescreva o que não vale nada...

Se lambuze com a manhã

Leia um livro sem gosto

Coma o fim de tudo

Vomite lâmpadas

Pise na própria cabeça

Eu versos eu

Eu livro eu

Eu livre

A vida só existe na poesia

Azar, de quem não a lê

...

Falei sobre ousadia?

As letras me encantam!

OBS: Você pode conhecer mais do trabalho do autor através do Facebook e Blog do mesmo. Recomendo! Segue links;
facebook; Poemas Errados;

Texto: Herbert Adomeit