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Caso Enya


INTERFACE@REAL.TEAM.COM:

Vocês devem estar loucos para saber como acaba a grande polêmica Filha VS Pai ou OMM VS AMOM!

Não sabem do que se trata?
Filha despeja na interface palavra e textos de injúrias do próprio pai!
Filha essa contratada pela ONN e pai este contratado pela OMOM! Não é de tirar os pés do chão?
Nosso comentarista Gustavo Lemes tem mais a dizer para vocês:

- Trata-se de uma disputa Dinástica que envolve pai e filha! Cada um escolheu um lado! E pelo que podemos acompanhar, a filha está ganhando! Ela publicou textos e histórias do próprio pai! Com ditos infames e declarações contra a sociedade! Além de citar mitos e religiões antigas!

- Que ódio é esse Gustavo? Ou será só publicidade? - Questiona o âncora do programa.

- Não se trata de publicidade não, Kleber! É briga! E briga feia!
Ela publicou um texto chamado “Perguntas Extraordinárias”! Rapaz! Você precisa ler isso! Tem tudo ali (contra o pai dela!)!
Obviamente não podemos divulgar o texto por seu conteúdo anti-social... Mas por alguns créditos (e garantias documentais de que não irá reproduzi-lo), você pode vê-lo! Sim! Aqui na sua Real.Team!
Quer saber mais?


Desliguei a mídia.
- Porra Enya...
Ela me fudeu! Tudo que eu havia mandado pra ela! Tudo que havia estudado e dado há ela como bagagem para uma mente livre e pensante, ela expôs na interface...

Resultado:
Os caras (MIB1 e MIB2) voltaram na minha casa...

- Sua situação não é nada boa, Senhor Cheese...

- Marcos! Já disse! Marcos! Olha o que mudou? Não já assinei as porcarias dos contratos?

- Na verdade, senhor Marcos, os papéis que o senhor assinou protegiam a empresa! Como, através da sua filha você expôs a empresa, o acordo muda.

- O que? Vocês acham que eu tenho alguma coisa a ver com isso? Cara! Eu sou refém nessa história!

- Isso para nós, senhor Marcos, pouco importa! O fato é que haverá uma reorganização nos termos, a fim de proteger a imagem da empresa.

Três dias depois, a tal “reformulação” foi feita! E divulgada pela própria OMOM para a mesma interface que a Enya havia procurado!


INTERFACE@REAL.TEAM.COM:

Uma revelação bombástica e exclusiva!
Senhor Marcos Cheese Embroll Chaves se declarou culpado de todas as acusações contra ele!

- Isso pode, Kleber? Quais os problemas que esse cara terá agora?

- Olha Gustavo, a OMOM se certificou de garantir que ele receberá a punição adequada por suas declarações!

Palavras do Dinasta da OMOM:

- Não sabíamos das declarações anteriores do Senhor Chease antes de tê-lo contratado. Mas como membro da equipe OMOM, ele será devidamente punido!

- Mas, Senhor Cristian, isso não abala a credibilidade da OMOM – ou seja – O senhor Marcos Cheese continuará na empresa do senhor? E quais as punições que o senhor reservou pra ele? Tem uma câmera de tortura em sua empresa? (risos).

- Senhor Kleber, uma vez contratado, não abandonamos nossos colaboradores. Eles cometem erros, é verdade, mas não dignos de desamparo.

(Oooohhh!!!) (reação popular via interface)

- Optamos por uma redução de categoria e uma redução monetária. Senhor Marcos Cheese era categoria “A” e a partir de agora responderá como categoria “D”.

(Oooohhh!) (mais uma reação via interface)

- Sobre a redução monetária, senhor Cristian... De quanto estamos falando? O povo quer sabeeeer!!!

(Emoticons de orelhas vieram na tela via interface)

- O próprio senhor Cheese optou por doar sua renda para pesquisas científicas! Abriu mão de todo e qualquer rendimento em nome da boa conduta! Disse que sua conduta foi deliberada – sem influentes governamentais. Sua doação de créditos é uma prova válida disso - Salvo é claro, os repasses para sua aposentadoria. Aposentadoria essa que nunca ocorrerá! 1º por estar em um estado terminal de câncer (o que explicaria seus escritos demências. 2º porque foi contratado para embarcar numa nave sem volta e sem aposentadoria - que no caso, serão enviados para sua filha Enya!

(Gritos eufóricos na multidão ligada na interface!) (aplausos e emoticons)

- Essa é uma atitude inesperada do senhor Cheese - devo dizer! E devo, além disso, parabenizá-lo! Senhor Cheese, parabéns por tal nobre atitude!
Há mais perguntas sobre esse contratempo entre as empresas ONN e OMOM! Foi um complô? Precisamos saber mais sobre essa nave! Se Marcos Cheese se redimiu, sua filha irá se pronunciar? Quais as intenções por trás das grandes corporações? Quando será lançada? Já está em andamento os preparativos para essa embarcação?
Você quer saber mais?



Cristian não mentiu no programa. Eu assinei aquelas merdas toda! Não por escolha – evidentemente – mas por falta delas!
Acho que seja importante lembrar, que tudo o que relatei até aqui foi há 5 anos atrás!
Se eu faria alguma coisa diferente? Claro que faria!
Mas vocês não atinaram para uma coisa: Eu comecei meu relato dizendo a data em que eu estou – 2092!
Toda essa merda aconteceu em 2087!
Logo, além de 5 anos de vida, tenho muita história pra contar!
Espero de verdade não estar entediando vocês!
Mas continue! A coisa toda só esquenta daqui pra frente.


...

Caso Enya:
Outubro de 2087. Sede da OMM.

- Vêm logo Ravi! Não vou lidar com esse Globstrot sozinha!
- Você sempre me joga nas suas roubadas, Enya! Sabe que é esse cara!? Marvin Conrad! O dono da porra toda! Eu não fui chamado! Você foi!
- A gente diz que você é meu... Assistente!
- Sempre me diminuindo...
- Ravi! Sem você eu não vou saber lidar com ele! Me ajuda vai...

A maioria dos locais tem um identificador visual e/ou de retina.
Apenas entrando no estabelecimento um Scanner faz o reconhecimento e transfere os dados ao computador central.
Em shopping e demais lojas e ruas, as propagandas chamam os transeuntes pelo nome através deste reconhecimento.

- Bom dia! Senhorita Enya Cheese. Bem vinda! - Disse a recepcionista.
 O Sr. Marvin estará aguardando. Andar 122, elevador à sua esquerda.

- Bom dia! Ele está comigo. Meu assistente... Pode subir?

- Sr. Ravi Shankar... Identificado. Acompanhante permitido. Pode seguir.

- 122 Enya! Será a cobertura?

- Não Shakar! A cobertura é no 150º. Deve ser uma sala de reuniões onde ele faz suas lavagens cerebrais!

Músicas típicas de elevador. Espera e mais espera. A porta se abre!
Estátuas como de um coliseu romano! Carpete! Cascata! E o senhor Marvin!

- Bem vinda senhorita Cheese! Senhor Shakar... Por favor, entre! Acomodem-se!
Você deve estar se perguntando por que eu a chamei aqui não é mesmo?

- Olha senhor Marvin, eu não sei qual é a sua (além de créditos), mas já vou avisando, minha instituição é sem fins lucrativos! Não nos vendemos! Não compramos e nem mesmo negociamos com terroristas!

- Enya! Tá louca! - Diz Ravi. Você nem ouviu o cara ainda!

- Tudo bem senhor Shakar. Eu já esperava uma atitude hostil...  Enya... Posso chamá-la assim?

- Meus “amigos” me chamam assim...

- Ótimo! Enya eu chamei você aqui, pois quero financiar seu projeto. Nossa dinastia precisa de uma visualização mais... Digamos... Filantrópica... E você tem o perfil que se encaixa em nossos objetivos...

- Mas o senhor não tem o perfil que se encaixa no meu! – Responde Enya com um olhar fulminante!

- Enya! Deixa o homem falar pelamordosdeuses! – Diz Ravi.
(sem perder o ar misterioso e invasivo) – Marvin responde:
- Sim, mas temos os créditos que você precisa! Não conheço uma única instituição sem fins lucrativos que não precise de dinheiro...

- E o senhor acordou de paz com o planeta e decidiu financiar nosso projeto? Como já disse Sr. Marvin, não estou à venda!

Marvin olha em volta... Respira fundo e diz:
- Não, não acordei um cara melhor! Você tem razão! Acordei o mesmo de sempre. O que você não sabe é que buscamos uma fonte de energia alternativa que irá poupar os recursos marinhos. Por isso pensei que você ficaria interessada no assunto...

- Em troca de quê Sr. Marvin? Tudo tem um preço não é mesmo...?

- Sim! No meu mundo tudo e todos têm preço. Mas não é o caso do seu – presumo... No entanto, sem “preço” suas idéias nunca sairão da interface! Se uma dinastia (como a minha) financiá-las por outro lado, você ganha credibilidade, força, adeptos e créditos...

- Sei... (Vender minh’alma ao diabo...)

- Desculpe o que disse? – Questiona Marvin sobre o arcaísmo do termo.

- Nada! Nada... Coisas antigas que meu pai me dizia... E o que o senhor ganha com isso Sr. Marvin? Aliás, o quer em troca?

- Minha jovem!
1º- Ganhamos o apoio popular;
2º- Ganhamos a realização do seu projeto;
3º - Ganhamos a realização do “meu” projeto;
Quer que eu continue...?
O benefício é mútuo minha jovem! Todos ganham! O planeta ganha!

- 50.0000,00 de créditos! Interrompeu Enya.

- O que é isso? – Pergunta Marvin.

- O preço do meu financiamento - Para meu projeto!

- Minha amiga (posso finalmente chamá-la assim?), estou disposto a colocar 100.0000,00 créditos em seu projeto! Fora seu salário anual!
No entanto, você ainda não ouviu minhas condições...

- 100.0000,00 de créditos! Enya! Por esse preço eu dava pra esse cara! (Op’s! Com todo respeito Sr. Marvin...) – Diz Ravi eufórico e constrangido.

- Ravi... Você faria isso até de graça!... Diz Enya ao pé de ouvido para Shakar. Quais são suas condições Sr. Marvin? Muito dinheiro pra pouca explicação...

- Portus apresente o projeto para Enya – diz Marvin.

Uma tela com vários contratos e acordos e micro-filmagens surge na parede.

- Que você trabalhe seu projeto e o meu, juntos! Aqui na Unilevarland’s!

- Tá de sacanagem! Virar uma “Leverland”!? Eu sou cidadã do mundo livre Sr. Marvin! Sou Globalland! Nossa conversa acabou!

Enya se vira pra sair da sala! Ravi à segura pelos braços!

- Menina, acorda! Você jamais terá uma oportunidade como essa novamente!
É tudo o que a gente sempre sonhou! Você me trouxe pra fazer você enxergar as coisas, então ENXERGA!

Marvin sente o impasse entre as partes e diz:
- Desculpe senhorita Cheese, mas esse acordo é único! Acaba se você sair por aquela porta...

- Quais são os termos...? Qual o limite? Não farei mal algum ao meio ambiente, você sabe! O que o senhor quer de mim a final de contas?

- Os termos são:
- Confidencialidade. Participação em toda e qualquer descoberta.
(Tanto dos meus projetos quanto dos teus)
- E exclusividade permanente com a Unileverland...
- Prospecção em...
Enya interrompe:

- Escravidão o senhor quer dizer?

Portus se manifesta para Marvin: - Devo acionar o protocolo 3?

- Não Portus...
Marvin pondera, respira e diz:

- Faremos o seguinte: Depois dos 10 anos iniciais, você pode reincidir o contrato ou abdicar dele, sem perdas creditais! Apenas mantendo o comprometimento de sigilo e deixando todo e qualquer material obtido a partir de sua entrada até sua saída.

Ravi puxa Enya de lado e fala em seu ouvido:
- Enya, sua galinha! Se você não concordar com essa merda, eu assino a porra do contrato!
Enya, centrada, observa...
- Sei não Ravi... Sabe quando você sente que é muito por pouco? Esses caras não jogam pra perder...

- O que são 10 anos gata? Você tem a vida inteira pela frente! Além disso, você já terá 100.0000,00 créditos para financiar nosso projeto!

Enya pondera...
-... Meu pai sempre diz que o tempo é relativo... Mas, aceito sua proposta Sr. Marvin.
Saberemos logo o que eu tenho a perder não é mesmo?

- Sempre hostil senhorita Cheese! Sempre hostil... Gosto disso em você! Mostra garra!
Você tem duas semanas para checar suas novas instalações na ONN.
Os créditos serão depositados essa noite.

Enquanto Marvin se virava, Enya acrescenta:
- Ah! Já ia me esquecendo: Ravi Shankar é membro interino do projeto. Ele vai comigo, entendeu?

- Já vi que não se diz muito “não” para você, Enya... Além disso, ele já começou a me ajudar a convencê-la... Sem problemas...!
Eu preciso da frase “aceita”, do contrário não constará nos registros da empresa...

Ambos simultaneamente disseram:
- Aceito!

- Será um prazer trabalhar com vocês. Agora Enya, preciso ir, tenho outras “coisas” para cuidar.
Logo você receberá tudo sobre nosso projeto. Seja Bem-vinda!... Shankar...
Vocês receberão mais informações pela sua interface. Até as próximas semanas.
...

Shakar estava eufórico!
- Cara! Você viu? Somos os fodas! Conquistamos o espaço e arrebentamos! Menina tô grandiosa!

- Segura a onda que os créditos são para o projeto! – Diz Enya!
Mas uma coisa é certa! Vamos beber!

- Clarisse, chame um Uber-flay pra mim! Quero ir ao “Relicário”!

Clarisse era a Interface comunitária da ONG de Enya. Uma espécie de secretária virtual do grupo.

(seu Uber-flay chegará em 10 minutos, Enya)

- Galinha! Disse Enya para Ravi – Hoje vamos comemorar!

Durante a farra, um chamado surgiu: Era o pai da Enya! (Eu!)
- Pai! Que bom falar com você!...

[O resto vocês já sabem...]

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