Hoje vamos falar sobre Disney. Animações clássicas, Dumbo, Pinóquio...não. Princesas, A Bela e a Fera, Pequena Sereia, Frozen? Também não. Nem sobre as aquisições do Império nos últimos anos como Pixar, Star Wars e Marvel. Vou falar de como a Disney entrou na minha vida. Através das suas maravilhosas histórias em quadrinhos e seus personagens encantadores (e inesquecíveis).
Aprendi a ler através dos gibis, como eram chamadas as revistas no meu tempo. Tinha as revistas da Turma da Mônica também. Apesar de ,quando eram publicadas pela Editora Abril eram muito boas (passaram para a Editora Globo em 87, ficaram mais simples) , ainda assim eu preferia a turma de Patópolis.
Tarefa super difícil escrever sobre o tema, já que há muitas décadas não acompanho mais esse mundo. Felizmente achei algumas revistas e pude matar um pouco a saudade. E espero voltar a comprá-las, já que felizmente ainda circulam pelas bancas e livrarias. Repito, difícil escrever já que não acompanho mais as histórias, por outro lado fácil e agradável, já que não esqueço os personagens de maneira nenhuma. E será um prazer falar sobre eles.
Bem, o início de tudo, como se sabe, se deu com a criação do Mickey Mouse pelo próprio Walt Disney. O personagem fez sucesso em tirinhas de jornal. Mas Walt queria ir além: além das revistas em quadrinhos que viriam em seguida, as animações eram o grande objetivo do artista. Ele criaria então o Pato Donald, e alguns anos depois, até um personagem brasileiro, o Zé Carioca.
Apesar de serem personagens criados para brilhar nos cinemas, foi nos quadrinhos que foram bem melhor desenvolvidos em universos próprios, com muitos outros personagens e até figurantes. Vale lembrar que Walt Disney não participou no desenvolvimento dos quadrinhos, apenas liberou os personagens para que fosse mais uma das (várias) vias de lucro que os mesmos gerariam.
No universo do Mickey, temos seu grande amigo Pateta, sua namorada Minnie e o cão atrapalhado Pluto. Nas histórias em quadrinhos Mickey é um incansável detetive e conta com a ajuda do Pateta e do Pluto para solucionar crimes e perseguir vilões como o Bafo de Onça e Mancha Negra. Ranulfo é o rival de Mickey e vive tentando tomar a Minnie dele. A vaca Clarabela e o cavalo Horácio são um casal de amigos dos nossos mocinhos. Apesar de Mickey muitas vezes aparecer com o Donald, Margarida e alguns outros , não estão em Patópolis. Pesquisando para esse texto, descobri que tanto a cidade do Mickey e a dos patos estão no estado fictício de Calisota, nos EUA.
Também descobri que o lendário Tio Patinhas não foi criado pelo Sr. Disney, mas sim por Carl Barks. Barks é também o criador de toda a Patópolis e de vários personagens que a habitam.
Tio Patinhas é o pato mais rico do mundo. Adora nadar nas moedas, dentro da sua caixa-forte, e a "moedinha Nº 1" é o seu mais valioso amuleto.É um tremendo de um sovina e é o patrão dos sobrinhos Donald e Peninha, que trabalham no seu jornal A Patada. Os Irmãos Metralhas vivem tentando roubar sua caixa-forte e a feiticeira Maga Patalógica é obcecada em tomar-lhe a Moeda Nº1.
Donald, dispensa maiores apresentações. Tem seus inseparáveis sobrinhos, Huguinho, Zezinho e Luizinho e namora a Margarida. Ela também tem três sobrinhas, Lalá, Lelé e Lili.
Peninha é outro primo do Donald, e é um dos personagens mais importantes de Patópolis. É um dos personagens mais engraçados, se não for o mais engraçado de todos. Tem a aparência desengoçada, meio hippie e vive ferrado, tem jeito de pobretão e, entre outros empregos, trabalha no jornal A Patada. Seu sobrinho é o Biquinho, capaz de deixar até o tio maluco. Gloria é a namorada Hippie do Peninha. O esquentado Urtigão é o vizinho caipira, ele não se separa da sua espingarda e mete bala pra cima do Peninha.
Alguns personagens são ainda, super heróis. Donald é o Super Pato, que ainda usa essa identidade pra sacanear o Gastão.
O Superpateta usa capa e voa, super poder adquirido pelo Pateta quando come o amendoim que nasce no quintal da sua casa.
O Peninha se transforma no Morcego Vermelho que conta com a ajuda do Professor Pardal, que cria engenhocas para auxiliá-lo em suas missões.
O Zé Carioca vira o Morcego Verde, mas mais atrapalha do que ajuda em alguma coisa.
Esses são apenas alguns exemplos dos "heróis" desses três universos.
Apesar dos quadrinhos Disney terem sido criados nos EUA e terem tido uma época de ouro, através de Carl Barks e Don Rosa, entre outros, foi na Itália e no Brasil que as histórias desses personagens fizeram estrondoso sucesso, por várias décadas. O Peninha, por exemplo, foi criado nos Estados Unidos, mas não é conhecido por lá. Na Europa e no Brrasil, se tornou um dos personagens mais importante e tinha sua própria revista. Seu sobrinho, Biquinho, foi criado no Brasil. Outro personagem super importante, o Superpato, foi criado na Itália.
Na época que eu lia os gibis, certa vez veio uma explicação de como identificar ao origem de cada historinha. Era um código que vinha na primeira página, a primeira letra significava o país, os números indicavam o ano e depois, a primeira revista em que foi lançada. Logo eu e as pessoas que liam chegamos à conclusão que as histórias americanas eram as mais chatas. As italianas eram excelentes e tinham os desenhos mais lindos. As brasileiras eram as favoritas de todos: eram engraçadíssimas. Me lembro que as histórias americanas tinham muitas aventuras, o Tio patinhas e sobrinhos muitas vezes em lugares exóticos. Nas brasileiras mostravam o Donald e Peninha sendo vítimas da avareza do tio, além de entrarem em outras frias. Era muito comum ter paródias com músicas ou programas de TV da época.
No universo Mickey ou em Patópolis, os coadjuvantes ou figurantes são cachorros, ou seja, são a maioria da população. Me lembro que comentávamos isso na rua (quando eu era criança) e o fato de eu comentar isso com os meus filhos foi o que me deu a idéia de escrever sobre esse Universo mágico.
Me lembro de alguns desenhos antigos do Donald, como aquele do pé de feijão, com o MIckey. Ele tinha aquela voz famosa, que muita gente adorava imitar, e era um pato muito irritado. Nos quadrinhos, pra mim, ele era completamente diferente, não imaginava ele com aquela voz. Era mais um desastrado e azarado do que ranzinza. Quando saiu o desenho Ducktales, no auge do tempo que era leitor voraz, não dei a mínima.
Não imagino quem seja o público das HQs Disney nos dias de hoje, se houver algum. Crianças pequenas com certeza lerão Mônica. Um pouco maiores também. Para os teens, Turma da Mônica Jovem. São muito inteligentes para crianças pequenas, mas os maiores podem preferir heróis da Marvel, DC...sem falar que as crianças de hoje não precisam mais de revistas e sim de games e vídeos do YouTube.
Bem, pretendo retomar esse universo. De qualquer forma, fiquei super emocionado ao ver uma grande quantidade de títulos, dos mais variados formatos numa livraria top de São Paulo. Isso indica que este mercado está vivo nesses tempos estranhos, que essa magia ainda pode tocar alguém. Espero que tenham sentido um pouco dessa magia. Ah, e muito provavelmente, essa será a única vez que falarei sobre quadrinhos. Quac!
Francisco de Oliveira Junior
De jeito nenhum será a última! E a primeira de muitas! Muito bom o texto! Imagens de alegrar o coração de recordar! Parabéns!
ResponderExcluirMe senti novamente aquele menino, me lembro do tempo que recebia da minha saudosa Tia Edith, que era como se fosse a minha irmã mais velha, o Almanaque Disney. Fiquei tão fascinado com esse universo, que quando comecei a fazer bicos na feira, ainda menino, o dinheirinho que ganhava, gastava tudo com o Almanaque Disney e outros gibis da franquia.Me lembro de todos esses personagens que você citou perfeitamente Júnior, e de outros inesquecíveis também, como o Sherlock que o Mickey atuava na Londres antiga entre outros antológicos. A leitura desses gibis, me ajudou a ter o gosto pela leitura e a me tornar o leitor contumaz que me tornei. Como tudo naquele tempo, não tinha a chatice do politicamente correto dos tempos atuais e as histórias eram realmente muito engraçadas, principalmente as feitas no Brasil. Também concordo com o Herbert, que essa tem que ser a primeira de muitas publicações sobre esse tema. Meus parabéns Júnior, por me permitir mergulhar nessa nostalgia. Meus parabéns.
ResponderExcluirRelato emocionante... Muito obrigado mesmo! Ah, lembrei do Sherlock, agora que você falou.
ResponderExcluirMuito bom... Adorei o jeito como vc conduziu esses "flash back" na minha cabeça e conta de forma simples e clara um pouco da história de cada personagem.
ResponderExcluirDe 6 anos pra cá, voltei a esse universo dos HQ´s (como chamam agora), minha filha de 11 anos gosta muito e sempre conversamos sobre o que existe agora e o que existia antes! Parabéns... Vou fazer ela ler!! :)